Quem monta um trabalho artístico em Fortaleza não tem muitos palcos públicos disponíveis para se apresentar. Os teatros José de Alencar, Dragão do Mar, Antonieta Noronha e Paschoal Carlos Magno são os poucos espaços públicos em funcionamento numa cidade com mais de 2,5 milhões de habitantes. O Teatro Carlos Câmara, também conhecido como Teatrinho da Emcetur, poderia ajudar a escoar produção artística da cidade. Não estivesse sem pauta desde a reinauguração, em 5 de setembro de 2012.
De lá para cá, o equipamento, mesmo reformado, está em compasso de espera. Para a reforma do Carlos Câmara, fechado desde 1995, o investimento foi de R$ 8.671.634,29. Localizado no Centro de Turismo (antiga Emcetur), na rua Senador Pompeu, o teatro tem sido utilizado apenas para ensaios da Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho. É pouco para as demandas do setor artístico e do público de Fortaleza.
Diretor do Carlos Câmara, Fernando Piancó argumenta que a razão para a demora na ocupação do teatro após a reinauguração foi a transferência da responsabilidade do equipamento, que passou da Secretaria do Turismo (Setur) para a Secult. “Teve todo um trâmite burocrático que faz parte da máquina pública até que tivesse oficialmente um termo de cessão”, disse. O termo foi assinado em 7 de março de 2013 por Bismarck Maia, titular da Setur, e o então secretário da Secult, Francisco Pinheiro, e publicado no Diário Oficial no dia 26 de abril. Amanhã, completa-se um ano desde a assinatura. Mais um ano com o teatro de portas fechadas.
Sem pauta
De acordo com Piancó, o Carlos Câmara ainda não recebeu espetáculos porque a Secult teve que elaborar um ato de ocupação do teatro para aprovação no Monitoramento de Ações e Programas Prioritários (Mapp). “Nós temos agora um Mapp que vai ocupar o teatro com programação e com equipe de funcionários. Ainda temos outro Mapp para compra do equipamento”, informou.
SAIBA MAIS
Virada Cultural
A reinauguração do Teatro Carlos Câmara, em setembro de 2012, integrava um pacote de medidas do Governo do Estado para a área da cultura. Durante o evento, realizado no Centro de Turismo do Ceará, foi anunciada a “virada cultural” e, com ela, o investimento de R$ 100 milhões. A “virada cultural” pretendia ser uma resposta do Estado à crise na pasta. À época, a mudança de nomes no comando da Secretaria da Cultura havia provocado uma grande desconfiança da classe artística.
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