Já são 17 anos de itinerância pelo Brasil, com 6.175 apresentações de circo, dança, comédia, musical, teatro e intervenção. A experiência acumulada ao longo dos anos pode ser conferida na edição 2014 do circuito Palco Giratório, que aterrissou em Fortaleza no início do mês.
Até o próximo dia 27, a capital recebe 20 grupos de artistas, de diversas linguagens, entre companhias e coletivos oriundos das cinco regiões do País.
Idealizado pelo Departamento Nacional do Sesc, o projeto percorre todo o País, levando espetáculos culturais. Só neste ano, serão 768 apresentações artísticas e mais de 1.200 horas de oficinas, em 126 diferentes cidades.
A edição deste ano do Palco Giratório homenageia a bailarina Angel Vianna, de 85 anos, 65 deles dedicados à carreira. A trajetória da artista inclui a fundação de uma faculdade de dança com seu nome, no Rio de Janeiro. "Eu sempre estava de olho no Palco Giratório para os meus alunos e agora estou muito feliz de receber esta homenagem tão linda e produtiva na minha própria existência", conta Angel, emocionada. A bailarina se apresentará nos dois últimos dias do circuito em Fortaleza, com o espetáculo "Qualquer coisa a gente muda", uma apresentação-tributo, que tem ainda a participação da ex-aluna Maria Alice Poppe e direção de João Saldanha. "Essas compensações me comovem e me dão mais prazer em continuar", afirma.
Movida pela força da juventude que, não deixa de manifestar, Angel reconhece a importância dos encontros que o circuito possibilita. "É fundamental conhecer de perto esse pessoal jovem, que, às vezes, não tem coragem de acreditar que a dança é capaz de nos ajudar a viver. Mas se a gente acredita, o corpo nos dá força suficiente para usá-lo de maneira adequada", defende, legitimada pela experiência.
Programação
Com apresentações que possibilitam o intercâmbio cultural das mais diversas linguagens artísticas, o Palco Giratório traz uma série de discussões estéticas e políticas sobre a arte. De acordo com o curador do circuito no Ceará, Felipe Sales, essa característica é reflexo do trabalho desenvolvido pelos grupos integrantes. "O Palco não é formado por meras apresentações. Os grupos dialogam uns com os outros e também com o público. É um caldeirão de atividades", afirma.
O teatro cearense também participa dessa ciranda das artes com o espetáculo "Romeu & Julieta - o encontro de Shakespeare e a cultura popular", do Grupo Garajal e a peça "Uma Flor de Dama", do coletivo As Travestidas. Os grupos já se apresentaram no último sábado e devem seguir circulando com o projeto até meados de novembro, quando encerra o circuito.
Ainda nesta semana, o teatro Sesc Senac Iracema recebe os espetáculos "Homens de Solas de Vento" (SP), da Cia Sola de Vento, e "Labirinto" (RJ), do grupo Alfândega 88. Pela primeira vez no circuito, o grupo Alfândega 88 traz o espetáculo "Labirinto", três peças do dramaturgo Qorpo Santo: "As relações naturais", "Hoje sou um, e amanhã sou outro" e "A separação de dois esposos". A produtora e atriz Danielle Martins defende o potencial do circuito na contribuição para as artes cênicas. "Estamos muito empolgados e ansiosos pelas interações que o Palco Giratório vai nos proporcionar", diz.
Até o dia 27, além dos 20 grupos que integram o circuito, o público ainda poderá contemplar espetáculos locais, como "Dom poder e a revolta da natureza", do grupo Expressões Humanas, "Dr. Qorpo", do Imagens de Teatro, "O romance de Creuza e Evangelista", do Epidemia de Bonecos e "Foguinho, o menino que não sabia ler", do Teatro Escola. Além dos espaços vinculados ao Sesc, as apresentações também ocorrerão em outros lugares, como a Praça do Ferreira e os Centros Urbanos de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (Cucas) da Cidade.
A programação completa pode ser conferida na página do projeto www.sesc.com.br/palcogiratorio
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