Uma janela para o conhecimento se abre quando novos talentos artísticos são descobertos. E na da melhor do que o ensino para que esses talentos possam aparecer. Seja na música, na fotografia ou no cinema, Fortaleza começa a sistematizar o ensino das artes.
A aprendizagem artística pode começar de maneira simples e espontânea. Um rabiscar de linhas e pontos que resultam em desenhos; o olhar certeiro em uma bela imagem, que determina o que a fotografia será; a mistura de tintas coloridas com o pincelar em telas e no papel. Ou, ainda, na arte de rua, como o grafite.
Cresce na Cidade a oferta de cursos que enfocam as diversas linguagens artísticas. Da música, passando pela dança, teatro, fotografia, cinema e restauração de objetos de arte.
A Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho é um desses espaços. De 14 a 29 deste mês vai oferecer a Oficina Arte em Papel com exercícios práticos, composição e experimentações. São técnicas e procedimentos para utilização de papel em revestimento de móveis e utensílios.
Outros cursos são realizados pela escola. Um deles, o de Restauração de Patrimônio, Conservação e Organização de Acervos Museológicos, incluindo módulos de arte tumular, recuperação de pinturas, imagens, escultura e papéis.
Nas aulas de restauro de livros antigos, uma das técnicas ensinadas é passar borracha triturada para tirar os fungos de publicações dos séculos XIX e XX. As aulas são ministrados no Arquivo Público de Fortaleza, no Centro.
Boa parte dos alunos interessados em restauração faz graduação em Arquitetura, optando pela área de Patrimônio Histórico. Além da falta de divulgação, outra dificuldade dos alunos é conseguir o material utilizado que é todo importado.
Prática
A Escola Tomaz Pompeu Sobrinho está com o projeto de realizar aulas práticas de recuperação do Sobrado José Lourenço e do Theatro José de Alencar. Pretende trabalhar com os alunos do curso de Restauração de Patrimônio.
É comum que as práticas aconteçam nos espaços onde estão as peças a serem revitalizadas. As oficinas de recuperação de imagens e pinturas, por exemplo, acontecem em museus do Ceará.
Trabalho minucioso de pinceladas delicadas que vão remodelando peças de grande valor histórico. O curso de restauração foi concluído e ainda não há programação para a abertura de novas turmas.
Música
A Viva Escola de Artes atua há 11 anos no campo da música. Aos poucos, outras linguagens artísticas foram contempladas. Hoje, a escola conta com teatro, artes visuais e dança.
Todos os cursos preparam apresentações especiais. Os de desenho e pintura programam, a cada fim de semestre, exposições de xilogravura, fotografia e desenho.
Acordeão, bateria, cavaquinho, contrabaixo elétrico, flauta doce, flauta transversa, gaita, guitarra piano, percussão, teclado, violão, violino, violoncelo e sax são as versões para a música.
Na dança, jazz, hip hop lírico, street jazz, zumba, dança burlesca, alongamento, dança de salão e ballet são as opções ofertadas. O curso de artes visuais engloba pintura, desenho, aquarela, colagem, histórias em quadrinhos e mangá.
A procura vem crescendo. O ensino em artes visuais começou a ser disponibilizado em 2008, com uma média de dois a três alunos por turmas, hoje conta com oito.
O aumento de público se deve, em parte, à moda do mangá, como aponta a diretora pedagógica da escola, Lília Rios. "Isso despertou o interesse pelo estudo da arte". No total, são 450 alunos.
A escola começou a abrir novas opções, como História da Arte. O caso desse curso é bem específico, afirmando que atende ao pedido de um grupo de alunos. "Pensamos no projeto, há algum tempo, mas não foi possível a formação de uma turma na época", lembra Lilia.
Afirma que História da Arte acaba se relacionando com todos os outros cursos. Embora destaque a ênfase à música. No entanto, justifica que a proposta é abranger todas as manifestações artísticas.
Assim, os alunos que ingressam na Viva acabam optando por mais de um curso, informa a diretora. "Alguns começam pelo teatro e descobrem outras formas de arte com as quais se identificam".
A arte de saber fotografar, trabalhar o olhar e dominar as técnicas são interesses de curiosos e profissionais. Muitos vão em busca da Casa Amarela Eusélio Oliveira, equipamento que faz parte da Universidade Federal do Ceará (UFC).
No espaço são oferecidas aulas práticas e teóricas de fotografia. O curso é voltado tanto para os que já trabalham com imagens, como para amadores. A Casa Amarela, criada em 1971, também oferta Cinema e Animação e Cinema e Vídeo.
As novas turmas para o curso de Fotografia começam no dia 12 de maio, com inscrições a partir de 14 de abril. O curso de Cinema e Vídeo só será ofertado no próximo semestre.
Experimentação
Lugar de experimentações, o Atelier Botica da Flor é um espaço criado pela artista plástica Ana Débora Pessoa para produzir, pensar e compartilhar arte.
No equipamento são ministrados cursos e oficinas. E, uma vez por mês, o evento Portas Abertas convida outros artistas, artesãos e designers para expor seus trabalhos. Os cursos oferecidos são Iniciação ao Desenho, Oficina de Pintura Espontânea para Crianças e Atelier Livre de Pintura em Móvel e Objeto.
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