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Notícias

03/06/2014 

Seis livros e uma legião de fãs? A culpa é de Green

 Iatan já carrega há algum tempo a alcunha de fã de romances infanto-juvenis. Amanda também encontra-se envolta pela fantasia e pela realidade dessa literatura. Jéssyka pararia até de assistir a um show para dar uma lida rápida (?) em um livro do gênero. Samira vai além da leitura e procura interagir com aquele que escreve, apesar dos esforços que isso venha a lhe exigir. Além dessa relação em comum, todos compartilham a admiração por um autor em especial: o norte-americano John Green.

Não é de hoje que o filho de Mike e Sydney Green conquista leitores ao redor do mundo. Data de 2005 a edição de seu primeiro livro, "Quem é você, Alasca?". A busca por assuntos do universo adolescente, que geram fácil ou total identificação para qualquer um, é o foco do escritor. Imerso nas dúvidas que afligem, emocionam e movimentam esta fase, John Green faz com que as pessoas reflitam sobre as coisas não visíveis que as cercam e sobre a própria essência.

"A Culpa é das Estrelas", sua história mais recente, adaptada para o filme homônimo que será lançado na próxima quinta-feira (5), foi eleito o melhor livro de 2012 pela revista Time e figurou por pelo menos 26 semanas na lista de best-sellers do The New York Times, superando a marca dos 80 mil exemplares vendidos no Brasil.

Premiado com a Printz Medal e o Printz Honor da American Library Association e com o Edgar Award, Green não demonstra, nem de longe, insegurança na hora de escrever.

"A narrativa foge do clichê por conta das reviravoltas na vida dos personagens, momentos capazes de comover até os leitores mais durões. Impossível não se envolver e torcer por eles que, acima de tudo, só querem viver o bastante para não passarem despercebidos por esse mundo", observa Iatan Gomes, 20, blogueiro e leitor assíduo, sobre o romance dos dois adolescentes (Hazel e Augustus), que se conhecem em um Grupo de Apoio para Crianças com Câncer.

Para Iatan, a escrita direta e simples torna perceptível que Green fala do que sabe, não do que supõe. Levou anos para escrever "A culpa é das estrelas" e tudo partiu de experiências diretas que ele teve com crianças que padeciam de câncer.

Além disso, o escritor tem um profundo conhecimento em teologia, graças à sua formação pelo Kenyon College, em 2000, com diploma duplo em Inglês e Estudos Religiosos. Assim, todas as breves inclusões e discussões a respeito de religião em seus livros demonstram-se minimamente plausíveis.

A estudante de Publicidade e Propaganda Amanda Johnes, 22, teve exatamente as reações citadas por Markus Zusak, autor de "A Menina que roubava livros", na capa de "A Culpa é das Estrelas": "Você vai rir, vai chorar e ainda vai querer mais".

"Sim, uma das minhas primeiras reações foi rir, nunca tinha lido algo tão cômico e trágico ao mesmo tempo", recorda. Com um lugar especial em sua estante, os livros de Green representam para ela uma leitura leve, com cotidianos próximos, mas com personalidades distintas e opiniões divergentes.

"O principal mérito do autor para mim é quando o leitor muda a partir do livro. Um conhecimento a mais, você não tem as mesmas opiniões que tinha antes de ler. O livro mudou você", destaca Amanda.

Reflexões como essa também fizeram parte da experiência de leitura da professora de matemática Jéssyka dos Santos, 23. Tão presa que estava ao livro "Cidades de Papel" (2008), Jéssyka chegou a levá-lo para o show do cantor Tiago Iorc, no ano passado. "Foi uma comédia só. A minha amiga que estava comigo ficou direto dizendo para eu parar de ler. Até que eu parei e vi o show", lembra.

Nerdfighters

Com mais de 2,4 milhões de seguidores no twitter, John Green não se esconde do público. Por meio do canal do Youtube "Vlogbrothers", ele e o irmão Hank Green interagem diariamente, utilizando a plataforma, inclusive, como meio de realização de trabalhos filantrópicos. Foi dentro dessa proposta que surgiram os "Nerdfighters", pessoas que habitam a Nerdfighteria, comunidade criada em torno dos vídeos dos irmãos.

Os integrantes descrevem-se como nerds que batalham para aumentar os níveis de "awesome" e diminuir os níveis de "suck" (coisas ruins) do mundo. A professora de japonês Samira Andrade, 24, é uma das administradoras da comunidade "Nerdfighters Brasil", no Facebook, que reúne mais de 3.000 membros, incluindo John Green.

Ela acredita que a principal razão do sucesso do escritor é exatamente a forma acessível como ele se apresenta para o público. "Para os leitores, muitos autores ainda são figuras obscuras em relação a quem são como pessoas. Em contrapartida, o John Green tem perfis em diversas plataformas e as mantêm ativas não como meio para divulgar seu trabalho, exclusivamente, mas para se expressar como indivíduo, o que o faz parecer uma pessoa de verdade, não a figura mítica do autor", defende.

Para além dos tópicos relacionados diretamente aos irmãos Green, que são poucos, o grupo "Nerdfighters Brasil" é um ambiente amigável para ter discussões sobre os mais diversos assuntos.

"Sabe quando dizem que esporte, religião e política não se discute? Nós falamos de todos esses temas, raramente criam-se brigas e todo mundo se respeita. Participar de um grupo desses me restaura a fé na humanidade", salienta Samira.

Do lado de cá

Além dos fãs-amigos conquistados, Green e suas histórias também são bem recebidas por outros autores de literatura infanto-juvenil. É o caso de João Pedro Roriz, escritor, ator e jornalista niteroiense com 18 livros publicados dentro desse universo. Foi xeretando na livraria que ele descobriu o best-seller "A culpa é das estrelas".

"Green é a prova de que nós, escritores juvenis, podemos nos basear em qualquer tema, desde que o apresentemos de forma cativante. Se nos doarmos por inteiros na formulação de uma bela equação literária que oportuniza crescimento e boa-venturança, se apresentarmos o produto de forma sincera, exposta com seus defeitos e qualidades, o jovem leitor, que gosta de sinceridade, que está em busca da quebra dos padrões pré-existentes (característica típica desse público) e que quer se sentir seguro no mundo, comprará a briga do autor", acredita Roriz.

Para o escritor niteroiense, John Green e outros bons autores juvenis se tornarão irmãos mais velhos, "aqueles que contam como o mundo funciona de verdade e por experiência (mesmo que resoluta), sem os velhos clichês emocionais e educacionais dos adultos que usam máscaras para viverem o papel de pais e de professores". E, talvez, aí sim resida a verdadeira fantasia de um mundo cheio de incríveis possibilidades.

Autor investe em "adultos jovens"

O Green veste a imagem de um "adulto jovem" e isso atrai crianças e adolescentes que se consideram "maduros", a classe de adultos que recém chegaram aos vinte anos e os adultos que ainda possuem mentalidade juvenil. Essa atração se dá ou por ideologia ou por necessidade de imposição de questões individuais e interesses intelectuais no mundo competitivo em que vivemos. Esse público "adulto jovem" não possui idade definida, pois estamos decretando o fim da infância e o alargamento da adolescência (devido a questões sociais, econômicas e culturais), principalmente nas grandes cidades. Isso explicaria o fenômeno literário, aliado a uma literatura despretensiosa, intelectualizada e filosófica, que responde questões básicas emocionais dos declarados "jovens".

Outra coisa que me chama a atenção no Green é a facilidade de diálogo com o seu público e seu interesse por tudo que acontece com os "adultos jovens" onde eles estiverem. O autor manteve contato com o público brasileiro durante a época das manifestações, com grandes assertivas sobre o que se passava por aqui.

Esse seu comprometimento é positivo, pois desfaz a imagem que temos dos norte-americanos sobre uma suposta alienação em relação aos temas sociais e políticos do hemisfério sul de nosso continente. Eu destacaria como positiva a grande produção literária do autor. Ele é autor de diversas obras que possuem boas críticas e a manutenção dessa qualidade é fundamental.

Eu destacaria como um ponto negativo, no entanto, ao menos em "A Culpa é das Estrelas", o fato de todos os personagens, protagonistas, secundários e antagonistas serem muito parecidos com o seu criador.

Existe um conceito da "célula divina" na física quântica, na biologia, na teologia e na filosofia. Nós, seres humanos, seriamos uma parcela microscópica de Deus. Da mesma forma, tudo que é produzido por nós também levaria o nosso DNA. Nossas células possuem esse DNA, assim como nossas produções. Livros, canções, poemas seriam parte de seu autor.

Se pudéssemos entrar em nós mesmos e vivenciar nossas próprias experiências, observaríamos que todos os personagens que atuam em nosso subconsciente são apenas reflexos de nós mesmos, ou imagens que fazemos das outras pessoas baseadas em nossa própria experiência de vida; portanto somos ególatras por natureza, narcisos que se afogam diariamente na própria imagem.

O que me incomoda em Green é que ele já possui maturidade literária o bastante para sair de dentro de si mesmo e se olhar de fora. Em "A Culpa é das Estrelas" todos os personagens possuem o mesmo perfil psicológico, filosófico, mesmo estando em lados opostos da história.

Por isso afirmo: esse exercício literário do Green com certeza ainda tem muito a evoluir e nos encantar. Green mostra intimidade com a literatura. É um bom engenheiro. Ele brinca com a meta linguagem expondo seu lado cruel e performático na pele do personagem Peter - o escritor que Hazel adora. E ele gosta de quebrar mitos nesse livro: sobre o câncer, sobre os autores e sobre a própria literatura.

Ela pode ser divertida, mesmo não sendo. E o autor é tão perspicaz que dá boas dicas para os seus leitores o adorarem. Depois de conquistados, os jovens costumam ser leitores fieis.

Recebi um recado de uma leitora dizendo: "eu leria até a lista de compras de John Green", o que é uma frase do livro. Ou seja, o escritor possui a capacidade de criar mundos, para si, para os outros. Os jovens leitores de nosso Brasil estão começando a entender isso e estão se deslumbrando.

Fonte: Diário do Nordeste
Última atualização: 03/06/2014 às 10:19:57
 
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