A cantora lírica paraibana Maninha Motta é uma referência na formação de cantores no Estado. Este ano, ela celebra três décadas de sua escola musical. Para marcar a data, um recital que combina erudito e popular. O espetáculo "Escola de Canto Maninha Motta - 30 Anos" será apresentado amanhã, às 20 horas, no Teatro ViaSul.
Idealizado e dirigido pela cantora, o recital contará com 69 intérpretes (todos alunos de Maninha Motta) e 12 músicos. O repertório contempla desde clássicos até o baião nordestino; vai de "Lady Marmalade" (canção que ficou famosa na trilha sonora do filme "Moulin Rouge) até "Sound of Music" (tema de "A Noviça Rebelde"), passando por "A história de Lily Braum", de Chico Buarque, e "Maria, Maria", de Milton Nascimento e Fernando Brant.
São 2h30 de recital, com apresentação de 31 canções. A produção foi planejada durante seis meses. O repertório, explica Maninha, é construído junto com os alunos. "Fico responsável pela parte erudita e os incentivo a trazer ideias da música popular", detalha. Essa interação reflete, ainda, as características de cada cantor.
A diversidade é exatamente uma das marcas do recital. No palco, há desde aqueles que dão seus primeiros passos na música (caso das crianças que participam do projeto Vivência) até adultos, jovens e maduros, profissionais e amadores.
Perfil
Maninha Motta nasceu em João Pessoa e é formada em Canto Lírico pela Universidade Federal da Paraíba. Além do canto, dedicou-se à flauta transversa, como instrumento complementar em sua formação. Na UFPB, Maninha estudou com os professores Francisca Belarmino Porto e Gustavo Paco Degea.
Para aprimorar suas técnicas de canto, Maninha Motta viajou pelo país e pelo mundo. Em Recife, Pernambuco, estudou com a professora Carmela Mattoso. Em Salvador, Bahia, teve aulas com o professor Grayson Hist. Em Brasília, continuou sua formação em flauta, com a professora Odete Enest, e de canto, com Francisco Frias. Em São Paulo, foi aluna de canto de Marta Herr. No Rio de Janeiro, recebeu orientação em flauta de Celso Woltglogel, professor da UFRJ.Dentre os mestres que contribuíram para sua formação, Maninha destaca os ensinamentos da cantora lírica Neide Thomaz, uma das maiores referências da área no País, com quem estudou em Curitiba.
Fora do Brasil, Maninha Motta teve Lena Smith Carter como orientadora vocal. O trabalho de Maninha lhe rendeu uma bolsa para estudar na Universidade de Boston, nos EUA. A cantora lírica ainda estudou em Madri, na Espanha, na Escola Superior de Musica Rainha Sophia, com o mestre Alfred Kraus; e no Conservatório Richard Strauss, em Munique, na Alemanha. Ela também fez diversos cursos na Itália. Maninha Motta também é autora do livro "Superando o sonho", com lições de técnica vocal.
A ópera, uma das paixões musicais de Maninha Motta, também ocupa um lugar importante em sua carreira. Entre as principais óperas nas quais se apresentou, destacam-se "La Boheme", "Gianni Schicchi" e "Turandot", as três de um dos principais nomes do gênero, o italiano Giacomo Puccini; "Carmen", do francês Georges Bizet; "Don Giovanni" e "Le Nozze di Figaro", do alemão Wolfgang Amadeus Mozart, gigante da música erudita e um dos principais compositores do classicismo.
Maninha Motta integrou o elenco da ópera "Aida", do italiano Giuseppe Verdi, na famosa montagem apresentada no Castelão, em 1995. Com produção apoteótica, a ópera é um marco na história da música erudita no Estado.
A música é uma paixão e uma missão para Maninha Motta. Este ano, ela celebra 30 anos de ensino, um sacerdócio que visa a formação e a transformação das pessoas através da música. Além das aulas que ministra na Escola de Canto Maninha Motta, ela investe na formação de plateias, por meio dos concertos que há três décadas dirige, apresentando os talentos que confiam a ela a sua formação.
Mais informações:
"Escola de Canto Maninha Motta - 30 Anos" - Dia 19 de julho, às 20h, no Teatro ViaSul (Av. Washington Soares, 4335 - Sapiranga). Ingressos: R$ 25. Telefone do teatro: (85) 3052.8027
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