Com apenas seis salas de cinema, a extensa região do Cariri possui uma evidente carência na oferta de salas de projeção. Se a dificuldade para se ter acesso a filmes comerciais, que contam com uma superestrutura montada por grandes distribuidoras, é facilmente sentida, a falta de salas seriam um motivo para que os interessados por outra linha de produções cinematográficas se sentissem "órfãos".
Entretanto, iniciativas na região do sertão cearense têm buscado atender à demanda do púbico na busca de ofertar uma programação cinematográfica de qualidade. Um desses projetos é o "Cinemarana", da unidade do Serviço Social do Comércio Ceará (SESC) no Crato, que realiza projeções todas as segundas-feiras no teatro da instituição, com entrada gratuita.
O projeto faz parte da rede nacional e está inserido dentro da proposta do Cine Sesc, que abastece suas unidades no Brasil com filmes licenciados para exibições públicas. No Crato, a curadoria e a mediação após a exibição dos filmes são realizadas por Elvis Pinheiro, com vasta experiência em cineclubes e grandes eventos, como a Mostra SESC Cariri de Culturas. Desde 2003, ele organiza sessões em algumas cidades da região, com a média de cinco filmes exibidos por semana.
O nome do projeto é resultado da mistura das palavras "cinema" e "rana" - oriundo do idioma tupi -, significando "como se fosse cinema". "O Cinemarana conta com um público cativo que frequenta não só as sessões do nosso equipamento, mas às projeções realizadas por outros centros culturais da região Cariri", diz Janaína Guedes, supervisora do programa Cultura da unidade Sesc Crato.
Em cartaz
O filme exibido hoje, às 19h, é "Adeus, Meninos", de Louis Malle. A película conta a história de um garoto de 12 anos que enfrenta grandes dificuldades no seu cotidiano devido a 2ª Guerra Mundial. No colégio, ele se torna o melhor amigo de um introvertido colega de classe judeu. A tragédia chega à escola quando a Gestapo invade o local, prendendo o protagonista e seus colegas e professores.
O diretor, Louis Malle, trabalhou, no início de sua carreira, como assistente do cineasta Robert Bresson. Louis Malle conviveu à margem de uma geração de cineastas de seu país, que formavam a "nouvelle vague".
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