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23/08/2010 |
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Edição Nº 1148 de 23 a 28 de Agosto de 2008 |
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| MOBILIZAÇÃO |
Lançada campanha ?Menos Metas, Mais Saúde? em seminário sobre assédio moral |
A Contraf-CUT promoveu o lançamento nacional, ao vivo, da campanha "Menos Metas, Mais Saúde", no dia 18/8, em São Paulo, com a realização de um seminário sobre o assédio moral. Os palestrantes Roberto Heloani, doutor em Psicologia Social, professor e pesquisador da Unicamp e da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), e Margarida Barreto, especialista, pesquisadora e médica do trabalho, debateram as novas formas de gestão e a cobrança por produtividade que tanto têm afetado a saúde mental e a dignidade dos bancários.
A mesa de abertura foi coordenada pelo secretário de saúde da Contraf-CUT e membro da comissão do Instituto Nacional de Saúde do Trabalhador da CUT (Inst-CUT), Plínio Pavão. Também participaram o secretário-geral da Contraf-CUT, Marcel Barros, e a assessora da Secretaria Nacional de Organização da CUT, Cláudia Rejane de Lima, representando Manoel Messias Melo, secretário de Saúde do Trabalhador da CUT.
Para Plínio, é fundamental difundir a campanha e discuti-la na mesa de negociação com os banqueiros. "Temos insistido na importância de se debater a organização do trabalho e, para isso, é preciso que o bancário se conscientize, uma vez que as metas estão inseridas neste contexto", destaca Plínio.
"O trabalho deve nos ajudar a viver melhor, e não o contrário. Por isso, é essencial debater o tema do assédio moral entre os bancários. Precisamos discutir a violência organizacional, entre outros temas, para definir o rumo que tomaremos em defesa dos direitos dos trabalhadores", ressalta Marcel.
Para Claudia Rejane, os bancários têm participado ativamente da política de Saúde do Trabalhador da CUT, colaborando para que fosse criada a Secretaria Nacional de Saúde do Trabalhador da CUT. "Também foi brilhante a abertura de espaço para os bancários denunciarem a lógica perversa de trabalho no qual estão inseridos, assim como a discussão dos limites físicos, psíquicos e o sofrimento que passa o trabalhador. Temos que lutar pela saúde, satisfação e para que a dimensão política do trabalho esteja sempre em evidência", frisa Claudia.
METAS INSANAS E INALCANSÁVEIS – Na avaliação de Margarida Barreto, as metas são um desafio que diz respeito a todos os trabalhadores e não somente aqueles que tem o problema manifestado. "O assédio moral faz parte da organização coletiva. Não podemos cair na indiferença com quem está ao nosso lado. Quando isso acontece, se banaliza e se caminha para a barbárie. A violência organizacional é um problema que diz respeito a todos nós", afirma a especialista.
A médica do trabalho classifica as metas como insanas e inalcansáveis, criticando as empresas que estimulam o trabalhador em muitos casos com brindes e presentes. "As políticas de metas são pensadas e analisadas pelos superiores de forma autoritária, unilateral e inatingível. Trata-se de um modelo de gestão baseado na 'excelência' que tem uma única mensagem: 'vender, vender, vender'. O trabalhador tem a obrigação de ser forte, produzir melhor que o concorrente, atender todas as demandas e canalizar as energias individualmente", ressalta Margarida Barreto. Para ela, a forma como o trabalho está organizado mexe na estrutura da nossa cabeça. |
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