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13/09/2010 |
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Edição Nº 1151 de 13 a 18 de Setembro de 2010 |
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| DEMISSÕES |
Bancos desligam 10,25% dos bancários. No Ceará, Bradesco é o campeão de demissões |
Em um ano e meio (janeiro de 2009 a junho de 2010) os bancos desligaram 48.295 empregados, que representa 10,25% da categoria. Os dados foram apurados com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego. O estoque de emprego nos bancos foi de 471.232 no final do primeiro semestre deste ano.
No Ceará, o Bradesco, que divulgou lucro líquido recorrente de R$ 4,5 bilhões no primeiro semestre, voltando a bater seu próprio recorde histórico, até o mês de agosto de 2010, demitiu um total de 36 bancários, sendo 22 casos sem justa causa. Os números já superam as demissões do mesmo período do ano passado: de janeiro a agosto de 2009, o banco havia demitido 34 bancários. Esses números não contam com as demissões de ex-becistas, que já alcançaram o número de nove somente neste ano. Os desligamentos se concentram em bancários acima dos 46 anos de idade e com mais de 25 anos de banco. Ao todo, o Bradesco já demitiu em 2010 um total de 45 bancários.
Seguindo os passos do Bradesco, no Estado, vem o Santander assumindo o segundo lugar em demissões no Ceará. Até agosto, o banco já havia desligado 31 bancários. Em terceiro lugar aparece o Itaú/Unibanco com 16 demissões.
“Os bancos privados, historicamente, são campeões de demissão e nesse momento de crescimento e fortalecimento da economia brasileira, os banqueiros têm se mostrado na contramão, lucrando cada vez mais e na mesma proporção, demitindo. É por isso que nessa Campanha Nacional que se inicia estamos reivindicando a garantia do emprego como um dos eixos principais e só com a mobilização efetiva de todos conseguiremos alcançar mais essa vitória”, analisa o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra.
De acordo com o presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, Carlos Cordeiro, em nível nacional, os bancos desligaram um Pacaembu lotado de pais e mães de famílias em apenas 18 meses, o que mostra a perversidade da rotatividade e do descaso com o emprego. “No mesmo período as instituições financeiras geraram somente 9.048 novos postos de trabalho”, completa ele.
“Muitos trabalhadores foram dispensados porque não cumpriram as metas abusivas para a venda de produtos, enquanto outros pediram demissão porque não suportaram o assédio moral e as precárias condições de trabalho, que tem trazido estresse e adoecimento”, salienta o dirigente sindical.
CAMPANHA NACIONAL – O emprego bancário é o um dos eixos principais da Campanha Nacional dos Bancários em 2010. Entre as principais reivindicações da categoria está a proteção contra demissões imotivadas, mais contratações, melhores condições de trabalho, igualdade na remuneração, reversão das terceirizações e fim dos correspondentes bancários mediante substituição por agências e postos de atendimento.
“O aumento da rotatividade reduziu a massa salarial da categoria, aumentando ainda mais os lucros dos bancos. A remuneração média dos admitidos nos primeiros seis meses de 2010 foi 38,04% inferior à dos desligados e as mulheres continuam recebendo salários inferiores aos dos homens nos bancos”, denuncia Carlos Cordeiro.
Já o presidente do Sindicato, Carlos Eduardo Bezerra, considera que é necessário acabar com essa rotatividade e ampliar a geração de empregos. “Os bancários querem proteção contra demissões imotivadas, conforme estabelece a Convenção 158 da OIT, mais contratações, melhores condições de trabalho, igualdade na remuneração, reversão das áreas terceirizadas e fim dos correspondentes bancários mediante substituição por agências e postos de atendimento”, reforça Bezerra. |
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