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27/09/2010 |
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Edição Nº 1153 de 27 de setembro a 2 de outrubro de 2010 |
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Polícia Federal multa bancos em R$ 2,2 mi por descumprirem leis de segurança |
Os bancos foram multados em R$ 2,250 milhões por descumprimento da lei federal nº 7.102/83 e normas de segurança, durante a 87ª reunião da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP) do Ministério da Justiça, sob coordenação da Polícia Federal (PF), realizada na terça-feira, dia 21/9, em Brasília. O campeão de multas foi o Bradesco, com R$ 504 mil, seguido pelo Santander com R$ 490 mil, o Banco do Brasil com R$ 416 mil e o Itaú Unibanco com R$ 346 mil.
Esta foi a terceira reunião da CCASP em 2010, um fórum tripartite criado em 1985 e que conta com representantes do governo federal e de entidades patronais e dos trabalhadores (bancários e vigilantes). A Contraf-CUT representa os bancários. A CCASP se reúne em média a cada três meses, tem caráter opinativo e julga processos abertos pelos fiscais das Delegacias Estaduais de Segurança Privada (Delesp) da PF.
Dos 312 processos envolvendo bancos, foram aplicadas 183 multas. Houve também vários processos arquivados e outros foram retirados de pauta para apreciação na próxima reunião. Na sua maioria, os bancos foram punidos por problemas em relação à validade do plano de segurança de agências e postos, número insuficiente de vigilantes e falhas no sistema de alarme.
“Chamou a atenção que mais uma vez o Bradesco foi punido por fazer transporte de valores, usando ilegalmente bancários para essa atividade, que deve ser feita somente por vigilantes, de acordo com a legislação e a portaria da PF", destaca o secretário de imprensa e representante da Contraf-CUT na CCASP, Ademir Wiederkehr. O Bradesco foi multado em R$ 296,8 mil em 20 processos movidos em diversos estados do País.
Também foram punidas empresas de vigilância e transportes de valores, bem como centros e escolas de formação profissional de vigilantes, com aplicação de multas e outras penalidades como advertência e cancelamento de registro. Ao todo, incluindo bancos e empresas, estiveram em pauta 785 processos, mostrando o descaso com as normas de segurança.
Assim como os bancários, os vigilantes tiveram outra vez forte presença na CCASP, sob a liderança do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes (CNTV), José Boaventura Santos, que alertou os bancos para o golpe da saidinha de banco. “Esse crime, que começa dentro dos bancos, tem deixado mortes, feridos e pessoas traumatizadas em todo País”, aponta o dirigente da CNTV. O coordenador da CCASP, delegado Adelar Anderle, pautou o assunto para ser discutido na próxima reunião, em dezembro.
Ademir denunciou a retirada de portas de segurança com detectores de metais em agências do Itaú Unibanco, bem como o projeto-piloto do Banco do Brasil na mesma direção. “Trata-se de um retrocesso que traz insegurança para trabalhadores e clientes. As novas tecnologias e o emprego precisam andar de mãos dadas para garantir mais segurança à vida das pessoas”, frisou.
O diretor da Contraf-CUT enfatizou ainda a necessidade de estender a obrigatoriedade dos planos de segurança para as cooperativas de crédito, lotéricas, agências do banco postal e demais correspondentes bancários, que já totalizam mais de 160 mil em todo Brasil, segundo dados do Banco Central.
VEJA OS BANCOS MULTADOS:
Bradesco R$ 504 mil
Santander R$ 490 mil
Banco do Brasil R$ 416 mil
Itaú Unibanco R$ 346 mil
Caixa Econômica Federal R$ 271 mil
HSBC R$ 65 mil
Banco Regional de Brasília R$ 65 mil
Banco Indusval R$ 29 mil
Banco KDB do Brasil R$ 23 mil
Banco Industrial e Comercial R$ 21 mil
Safra R$ 10 mil
Banco da Amazônia R$ 10 mil
Total: R$ 2,250 milhões |
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